I-LIV Jaezes de vida e morte
Sinto que a vida vale a pena
quando um mortal me tens em mãos
e me corteja, disse ao Pai muitas vezes.
Fui agraciado pelos céus de sábado,
e agora sofro temoroso por um domingo ao acaso.
Um de meus vícios é apostar o que recuperei,
penso o quão péssimo é isso, e concluo ser pior que imagino.
Costumo perder-me na conta de quantos sacrifico
para fazer deste mundo um lugar para mim e meus filhos.
Assim ponho-me louco, para a que a conclusão
de um fim venha, e me arranque a vaidade do corpo.
Real ou não, ainda assim é por você,
vícios não seriam hábitos se não voltassem a acontecer.
Temo um mundo pior por domá-lo,
sofro um pouco menos por ser um amparo.
Oro ser este o último dos que me inspiram a estimar,
pois mal atingi o meio e tantos de ti vi passar.