Quais valores você admira no mundo?
Faça essa pergunta ao seu filho. E se a resposta for apenas você, pai ou mãe, a educação que você deu a ele foi falha.
Embora nós adoramos bater no peito e dizer que chegamos aqui sozinhos, embora, num ato de arrogância pura, nós gostamos de bradar que somos guerreiros e que ninguém está nem aí para nós, isso é apenas vitimismo e uma tremenda ingratidão.
A vida é realmente dura, mas de alguma forma já fomos e somos ainda auxiliados em nossa jornada. E o grande problema é transferir esse comportamento de quem não assume as responsabilidades de suas escolhas. De quem acha que todos tem que fazer tudo sempre por nós. De quem não sabe reconhecer os esforços alheios simplesmente porque eles não cedem aos nossos caprichos. Reconhecer os méritos das pessoas que não simpatizamos não tiram os nossos méritos e nem tornam essas pessoas santas, acima de nós.
Mas temos dentro de nosso íntimo que culpa é sempre do outro, da sociedade. O mérito é sempre nosso. Uma falácia, esse pensamento, que pode impedir os nossos filhos de terem relacionamentos, o que, segundo o psicólogo Jean Piaget, é o meio sem o qual não é possível se desenvolver a inteligência. E amar, então, nem se fala. O amor que podemos ter sem contato com a sociedade é aquele hipócrita, sem que façamos nada de útil por ela.
Como diria o poeta francês, Victor Hugo, desejo que plante uma semente e acompanhe seu crescimento. Para que saiba de quantas muitas vidas depende uma árvore.