A INCIVILIDADE

 

Outro dia fui a um velório e voltei indignada com o que vi. Pessoas conversavam em voz alta, riam animadamente, celulares tocavam. Tudo bem perto do defunto. E olhe que quem vai a velório é parente ou amigo do morto ou de sua família.

 

Hoje em dia há uma falta generalizada de respeito. A delicadeza, a gentileza, a consideração pelo outro estão em falta, já podem até figurar na lista de recursos em extinção. Não há qualidade de vida em um mundo onde impera a grosseria e a falta de respeito, onde quase não se usa mais “por favor” “desculpe” “muito obrigado”.

 

0s jovens tratam os pais e os mais velhos com prepotência, professores são ameaçados. Vizinhos incomodam com barulho, trazem seus cães para fazerem as necessidades na frente de sua casa ou prédio, motoristas jovens e saudáveis estacionam em vagas para idosos e deficientes. Pessoas não cumprimentam, furam filas, pais deixam os filhos baterem com a colher no prato ou gritar e correr pelos restaurantes atrapalhando os garçons. Prestadores de serviços não aparecem ou simplesmente somem sem terminar a obra. Há algo de muito errado em tudo isso.

 

Convivência com os outros implica em fazer concessões, alguma dose de sacrifício. E não é na escola que se aprende isso, é em casa. Não adianta mandar os filhos para as melhores escolas, colégios caros. A falta de educação nos apequena como seres humanos. Ao contrário, a gentileza nos engrandece.

 

Entretanto, quero manter-me otimista. Prefiro olhar para o bom e o belo. Sim, felizmente, ainda há indivíduos que se preocupam com o outro, fazendo trabalho voluntário, distribuindo comida e água aos sem teto, dando aulas de graça, recolhendo donativos para asilos, hospitais e creches, defendendo direitos das minorias. Para cada pensamento de ódio, há muitos outros bons e altruístas, pessoas que dão o exemplo. Isso me faz acreditar que nem tudo está perdido.

 

 

 

 

Aloysia
Enviado por Aloysia em 24/07/2022
Reeditado em 24/07/2022
Código do texto: T7566906
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