CRIAR RAÍZES

Viver sem profundeza nos leva irremediavelmente a experimentar os sabores da casualidade; nos faz olhar e viver a dinâmica do tempo presente no frenesi que ecoa no peito alertando a brevidade da vida, mas que em hipótese alguma nos faz construir caminhos para o Eterno.

A falta de profundeza nos faz prescindir de uma atitude simples, mas absurdamente necessária; a capacidade de olhar para nós mesmos e refletirmos sobre nossos passos, sobre os outros, sobre o mundo.

Percebes como isto naturalmente nos anula? Platão, filósofo grego, dizia que uma vida não refletida não merece ser vivida.

Toda falta de profundeza, exatamente por anular nossa capacidade natural de refletir, de transformar, de ir além, de lançar raizes, nos incapacita de frutificar.

Tuas/Minhas raízes mais profundas estão fincadas na eternidade do momento que passa, ou naquilo que te fará forte o suficiente para enfrentar os ventos contrários no crescimento rumo ao alto?

Não possuir raízes nos faz desperdiçar uma infinidade de possibilidades; dentre elas, a safra capaz de mudar o itinerário de nossas vidas.

É bem verdade que construí-las implica constância, trabalho lento, duro e solitário.

Há, contudo, uma seiva que nos alcança e perscruta o crescimento silencioso de nossas raízes. É capaz de regar e fertilizar os solos mais inóspitos; as gotas que escorrem do Madeiro Sagrado - somente esta seiva é capaz de nos tornar firmes e nos impulsionar para o alto.

Reflexão a partir de Mateus 13, 1-9