O mundo nos ensinou errado.
O mundo nos ensinou errado.
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Aprendemos desde criança, pelo menos na minha geração, que a beleza é o que importa. O conteúdo exterior, o involucro é o mais interessante aos nossos olhos e sentidos. Hoje talvez não tenha mudado muito isso. O ter e o poder, estão ainda antes do ser e do pertencer.
Mas algo mudou em mim. Vejo que além das aparências existem pessoas e pensamentos e sentimentos e desejo de expressão. Todos nós queremos abraçar, beijar, saborear o doce lado bom da vida, mas nos falta perspectivas para isso.
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Olho uma mulher no @tinder , vejo sua beleza física, mas não sei o que ela quer, o que ela é. O que eu quero? Quem eu quero? O que desejo? Será que só mais uma troca de fluidos qualquer, uma relação mais profunda?
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Estou preparado para a mulher que eu pretendo conhecer além do que vejo por fora? Será que tudo que ela me trás de traumas, de medos, de decepções, vão me fazer sucumbir? E meus traumas, meus medos e minhas decepções? Vão atrapalhar ela?
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Ou melhor cada um seguir para um lado? Cada um tentar descobrir quem é primeiro antes de se relacionar? Quem é essa mulher linda? Tem filhos? Tem sonhos? Tem amigos? Família? Quem é essa pessoa, além de mais belo e lindo que a natureza proporcionou?
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Os concursos de beleza pelo mundo deveriam mapear a beleza interior, essa que é a mais importante. O Exterior passa, todos nós envelhecemos, vamos ficar enrugados, cansados, com mobilidade menor e assim, o que vai sobrar no fim é a nossa própria inteligência, sabedoria, as ações que tomamos, o jeito que levamos o nosso dia-a-dia.
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Não adianta fugir. O fim vem para todos nós. Aquele amor romântico de cinema, ou de revistinhas baratas compradas em uma banca de revista é uma cilada que caímos feito animais em busca de sua ração, mas no fim sobra apenas um espectro de decepções e sofrência. Aliás até o sofrimento vira produto que se vende nas festas por aí.
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