CONQUISTANDO A SOBERANIA DE SI MESMO
Quando éramos pequenos, por raiva de um castigo que recebeu do pai, meu irmão redigiu um poema muito ofensivo, dizendo coisas que não diríamos abertamente. Sendo que o pai descobriu o poema, ao ser inquirido do porque escrevera tais palavras, sem saber explicar-se, meu irmão respondeu que algo mais forte que ele o impulsionou. “A mente”, disse ele, querendo dizer que as expressões no poema não dependeram de sua vontade, mas de uma vontade fora de seu controle, que ele definiu como “a mente”.
Coisas há que realmente fogem ao nosso controle e muitas delas têm a capacidade de afetar nossa vida um pouco, muito e demais. Porém, a amplitude e permanência de efeito da ação dessas coisas na continuidade de nossas vidas pode ser determinado por nossa vontade.
Um exemplo de coisas que fogem a nosso controle é o galão de tinta que despenca da escada. Não podíamos impedir que o galão caísse justamente na hora que passávamos. Podíamos, porém, não ter passado sob a escada. Não podíamos prever que em determinado ponto da calçada de certa rua um galão pendurado a uma escada cairia justamente na hora que estaríamos passando e assim evitarmos passar naquela rua, naquele exato instante, pois para tal não temos prévia informação, mas uma escada na calçada é um indício de trabalho nas proximidades, prevenindo que o melhor é evitar passar por sob ela, pois onde há atividade, acidentes podem acontecer.
De igual modo, não podemos evitar que o assaltante nos interpele no ponto específico, mas podemos não andar tão tarde, tentar caminhos alternativos, chamar menos a atenção e não transportar muitos valores. Também não podemos evitar que o patrão atrase o pagamento do salário, mas, para não sermos pegos de surpresa, podemos não gastar tudo que ganhamos com coisas desnecessárias bem antes do final do mês.
Em suma, de uma forma ou outra, somos os responsáveis por tudo o que acontece conosco e os sujeitos de toda a nossa vida. Sendo assim, devemos assumir o controle da existência, premeditando a vida para nossa felicidade.
Wilson do Amaral