Digno de se amar
Às vezes podemos considerar que não temos o direito de sermos amados. Pelos mais variados motivos. Sentimo-nos indignos, incapazes, insuficientes. É como se não pudéssemos sentir algo bom nessa vida porque temos algo dentro de nós que consideramos desagradável. E nos anulamos. A gente se anula e superestima o outro. É como se dando ao outro um lugar de desataque em nossa história, pudéssemos nos aliviar do amargo sentimento de “desamor” que dirigimos a nós mesmos.
As consequências dessa “autoanulação” podem ser várias e dramáticas. Deixamos de nos cuidar. De nos importar com nossas vontades. De ter prazer em nossa história. E, uma das mais graves, prendemo-nos tanto a algo – ou alguém – ao ponto de nos tornarmos dependentes daquilo.
Não que toda dependência seja um resultado direto do desamor por nós mesmos.
Mas se não formos capazes de nos amar, de nos sentir dignos de sermos amados por nós mesmos, onde é que supriremos essa necessidade?
A questão também é que acabamos nos sentindo culpados quando direcionamos um pouco de amor a nós mesmos. Sentimo-nos egoístas quando deixamos de olhar para o outro para olhar para nós.
O egoísmo não é uma opção.
Mas a “autoanulação” também não pode ser.
E amar a nós mesmos não nos torna egoístas. Pelo contrário. Quando nos amamos, então nos cuidamos. E quando nos cuidamos, então o auxílio que oferecemos aos outros é de mais qualidade. De maneira que, se quisermos cuidar de alguém, devemos, antes, cuidar da gente.
Então reconheça o seu valor. Reconheça a sua imperfeição. Reconheça os seus defeitos. Mas reconheça, também, as suas qualidades. Todas as pessoas do mundo são compostas por aspectos bons e aspectos não tão bons. Faz parte da nossa constituição. E precisamos nos amar por isso. Por cada peculiaridade da nossa existência. Porque são as nossas particularidades que nos tornam únicos e destacados.
Ame-se. Aprenda a se amar. E, então, esteja pronto a receber o amor dos outros.
(Texto de @Amilton.Jnior)