São Pedras
Eu não culpo o mar...
Eu não culpo estrelas, o luar...
Eu não culpo a vida..
Eu não culpo pessoas, partidas...
Eu não culpo o sim...
Eu não culpo o não, nem a mim...
Eu aceito...
Eu, simplesmente, aceito...
Não está ali, não está no peito...
Eu não culpo você nem eles...
Eu não culpo o acaso...
Eu não vejo futuro...
Eu não volto ao passado...
Eu vivo, choro, sorrio...
Não apago fogueiras, não afundo navios...
Eu não culpo os rios....
Eu não durmo no claro...
Eu não apago o que falo...
Eu sou verdade implícita...
Eu sou saudade morta e realidade viva...
Eu sou apenas sorriso e lágrima escondida...
Eu sou você, sou eu, sou sua vida...
Não as que vêem, mas caminham sofridas...
Eu não culpo nada...
Eu não sou sombra, sou pedra atirada...
Que o rio não leva, que na água se vai...
Direto ao fundo e não volta mais...