O TAL DO MEDO
Quando eu me despi do medo passei a apreciar a chuva sem o medo de me molhar.
Deixei os fantasmas saírem debaixo da cama e os enfrentei com a coragem de um adulto e não com o drama de uma criança.
Não voltei atrás, segui adiante farejando o destino com o mesmo coração valente que os jovens costumam ter.
Quando me despi do medo conheci os demônios que viviam em mim e descobri os motivos que me faziam evitar o espelho.
Enquanto não me despi do medo todos os caminhos pareciam longos demais, todas as noites eram de tempestade e os dias cansativos pra se viver. Então, eu me escondia na sombra invisível da mesmice.
Quando me despi do medo não me livrei dele por completo mas passei a apreciar mais o meu verdadeiro eu e compreendi que até mesmo os super-heróis precisam ser salvos de vez em quando.
Somente quando me despi do medo percebi que não havia motivos para tê-lo mas que se eu soltasse sua mão eu poderia ir mais longe