I-XLVIII Jaezes de vida e morte
Finalmente, livre da maçante liberdade, tens-me,
mas não me tenho com tanta facilidade.
Lembro-me sendo algo como dezoito ou vinte e oito,
vendo-te surpreso por esta vida que não mudou
diante do mundo que muitos desolou.
Qualquer horizonte é euforia,
desde que és tu que cobres minha vista.
Então o poupo das sortes desta noite,
não impedirei de sofrer o que o destino reservou-te.
Poupe-se de erguer-me a mão quando contento-me no chão.
Poupe-se de comparar-me ao mal,
pois não houve segundo que não fui igual.
E quando caído, enfraquecido e entorpecido,
preserva-me do romantismo, pois tendo ao transvio.