A princípio (p. 35)
A princípio era apenas um nome aleatório dentre tantos outros nomes,
Um bate-papo desprovido de qualquer aproximação...
Apresentações sucintas de duas pessoas em meio à multidão.
Uma multidão “líquida”, virtual, oscilante, inconstante,
Que nos impulsionou a procurarmos um lugar mais aconchegante.
Fomos aos poucos teclando nossas biografias, histórias de vida...
Num espaço que não tinha dia, nem hora marcada, mas que continha cadeira cativa em nossas vidas... fruto do compasso das nossas trocas.
Sorrisos cativados, abraços imaginários e palavras que afagavam a alma...
E, submergidos nesta sinergia, buscamos mais...
Buscamos uma tangibilidade através de fotos, áudios, recortes.
Desejei ficar, desejei correr, paradoxos de sentimentos que só me levava a uma certeza:
De que algo especial estava ocorrendo ali, mas sem grandes “possibilidades” de existir...
Existir em forma de milhões de beijos, afagos e cheiros... Tomar forma de abraço, de afago no peito.
Mas foi bom te achar, te encontrar nesta constelação virtual...
Pois tive a oportunidade mesmo distante, de viver algo real.
Renasci em cores e sabores, despertei de um sono profundo e voltei pro mundo,
Senti que poderia segurar as tuas mãos imaginárias, e voar cada vez mais!
A força dos teus braços e dos teus olhos me amparavam e não me deixava cair...
Por vezes, sem perceber, enxugastes minhas lágrimas, provocastes infinitos sorrisos,
Me fizestes dormir entre asas, e por que não dizer que entraste em minha casa?
Adentraste em cada espaço e no calor do meu coração! Lembraste-me da mulher incrível que sou, das minhas particularidades e valor.
Sem perceber fizeste-me desvencilhar de medos, receios que não faziam sentido em existir.
E, mesmo consciente do nosso mundo paralelo, me deixei cativar por sua “presença” aqui...
Ainda não provei teus lábios, nem senti teu cheiro, nem te toquei como desejo,
Mas parece que já estive aí ou você aqui, que atravessamos as muralhas virtuais e te senti...
Talvez tenha abraçado sua alma, calma e amiga... quiçá?
Entre devaneios e realidade, entre impulsos e racionalidade,
Quero eu e você! (...) E tudo que vier por essa escolha.
E, por mais que essa história seja adiada, que respeitemos os limites da realidade que nos separa, serás sempre meu sol e eu sua lua...
Seremos sempre melodia, seremos perfumes, seremos calmaria e euforia...
Alegria de dois espíritos afins que se admiram, se respeitam e se desejam.
Acho que nunca conseguiria me despedir de ti, há uma força centrípeta que me puxa (...) que por mais que eu girasse, me lançasse, voltaria para junto de ti.
Pois tornastes o meu homem, um pouso constante onde eu ousaria me perder e me achar, todos os dias, todas as noites, num eclipse sem fim!
Enfim, a princípio uma aleatoriedade, hoje uma história vivaz em meu coração.