nem todos os que vagueiam estão perdidos. mas eu estou — e gosto disso.
hoje revisitei o passado.
uma tentativa de lembrar o que fui, como cheguei até aqui. o que mudou e o que ficou. o que senti, o que perdi.
(ah! não entenda a perda como algo ruim. em toda perda há um encontro. do outro, de si, não importa. ele existe e, inevitavelmente, acontece.)
peguei todas as cartas, escritos e lembretes recebidos desde 2012 e que não reli. até agora.
algumas me fizeram sentir incrível/péssima. outras, não me fizeram sentir. lembro de muitas situações; outras, não parecem ter me acontecido.
uma inicia com "Absolutamente tudo que acontece na vida depende da vontade e da conspiração do universo sob o que vai, ou pelo menos deve, acontecer. Agora, depende da pessoa entender, e seguir isso".
outra diz "Que esse vira-tempo possa mudar seu futuro, já que no passado não se pode mexer".
há, ainda, a que termina assim: "Essas são as minhas certezas. E as suas?"
bom, após quase 10 anos, ainda tenho poucas certezas.
uma é a de que o futuro é infinito, e o passado, uma linha.
outra, que o universo não conspira, mas a gente, sim. que encontros são um acaso, mas permanecer é uma escolha.
e, revendo tudo isso, lembrei de mim: de quem fui, sou, e serei. algumas versões em pouco tempo esquecerei; outras serão eternas, não importa o quanto mude.
hoje, ganho uma terceira certeza: como vivemos é nosso próprio legado.
faça-o intensamente. e, como diria Elizabeth Bishop, "perca um pouquinho a cada dia. aceite, austero. depois perca com mais critério".
daí volte. reveja, sinta, avalie. mas, tenha cuidado.
o passado é mar.
mergulhar
- e não ser tragado;
esse é o verdadeiro aprendizado.