Encruzilhada IX

Seguirei fielmente o meu caminho para o fim do sofrimento

Era a tal verdade que dediquei essa nobre vida

Esse mundo foi corroído pelo ouro…

Depois deste dia não me restará um outro amanhecer

Quem sabe um dia eu volte para a terra dos homens

E desço o grande monte pelo caminho que trilha o meio

Sozinho continuarei caminhando nesta mesma trilha

Serei feliz mesmo carregando toda essa decepção

Sou grato a todos que me esculpiram nesta trilha

Obrigado a todos que mostraram sua real face

Também agradeço pelos tempos de falso riso

Estou bem conformado com sua partida

Pois apesar de tudo eu continuarei sorrindo

Tão perto dessa tal verdade…

Precisava saber um pouco mais…

O que é essa tal felicidade?

Senhor, diga-me se esses contos são reais?

Procurei bondade através dos homens

Eu não achei em grande porção

Mas não posso julgar todos os homens

Mas quem sabe naquele monte eu devesse fazer uma oração

Não sei quanto vale aquele punhado de ouro

Mas se tiver fome, você o trocará por uma laranja

A dependência fará meu lucro

Deste momento criaram um próprio mantra

Seria esse o fim do meu mundo?

Pois eu queria apenas ter essa sorte

De ser bem acolhido neste grande mundo

Eu nunca entendi essa receita de fazer a sua sorte

Por que no lago verde-oliva a nascente é embasada?

Pois perguntarei ao senhor e terei minha jornada

é que eu trabalho tanto e tenho só pobreza e mais nada

Mas cedo ou tarde terei o fim de minha caminhada

O sábio seguiu a trilha do meio deste verso

Disse consigo toda a sabedoria refletida no silêncio

Pois sua voz era “carma” feito poeta de vizinhança

Com seu saber guardado em manuscrito

Precisava mesmo desse fiapo de trigo

Porém acredito que a sorte me deu apenas joio

Deste pão que tornou a minha jornada

Feito palha em meio a paralelepipedo eu me perco

Feito uma imagem do universo serei neutro

Como mar calmo procurarei ser plano

Refletirei a bondade do próximo em meus atos

E os que me cercam não poderá dizer que não sou recíproco

Nasce um homem disposto a liderar este rebanho

Porém justo o bastante para manter-se digno

Jamais corrompido pelas ações do próximo

Nascendo bom e mantendo sua essência

Então novamente fui cobrado a depender de sua esmola

Compreendo amigo, acho que não dependo de sua atenção

Tudo bem estar preso a solidão, não estou mal acompanhado

Eram águas passadas feito final de chuva

Guardo comigo as lembranças de toda a estrada

Lembro de quando sorrimos juntos com o caneco cheio

Ou quando voltamos daquela parte alagada

Quero que saiba que você foi um bom companheiro

Vim de longe para compartilhar meu riso contigo

Caminhei quieto para que você escutasse todo o encanto

Desejo a ti a mesma felicidade que me desejas

Porém não compreendo o porquê isso te assusta

Estou seguindo o caminho que tanto me fez bem

Espero um dia experimentar tudo que esse mundo tem

Em minha cruzada eterna onde a poesia se mantém

Obrigado a todos, até o verso que vem…

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 22/06/2022
Código do texto: T7543399
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