Dia do Orgulho Autista
Ontem foi dia do Orgulho Autista. Assim como a moeda tem duas faces, esse dia me faz lembrar de dois aspectos, um positivo e um negativo, de ser autista.
Pelo lado positivo, celebro o meu jeito único de ser, celebro que me aceito como eu sou, não importa se disserem que sou esquisito, não me importa se eu fizer stims na frente de todos, não importa se eu estiver parecendo um ET por andar usando abafador de ruídos, colar de girassol e um stim toy.
Mas pelo nado negativo, me lembro de tudo aquilo que me impede de poder viver “normalmente”, pois não sei me comunicar bem, não sei como interagir e por conta disso vivo sozinho e carente. Tenho hipersensibilidade à luz, ao som e ao frio. Não como qualquer tipo de comida, principalmente se eu não souber o que é ou o que tem nela.
Viver não é fácil para ninguém, alguns podem dizer; todo mundo tem problemas, outros podem afirmar. Isso não nego, mas falar tal coisa é menosprezar o problema dos outros, porque se todos têm problema, mas nem todos conseguem resolvê-los, aqueles que não resolvem se sentem impotentes e inúteis.
Nenhum problema é igual ao outro assim como nenhum pessoa é igual à outra. E essa diversidade de dificuldades inclusive faz parte do espectro autista, pois temos autistas com diferentes nível de suporte, mas todos têm as suas dificuldades.
Podemos ter orgulho ou não de ser autistas, mas isso não importa. O que importa é que sejamos vistos, ouvidos e tratados como iguais, pois nenhum ser humano é melhor do que outro.