Os desígnios da morte – A ressignificação das pragas
Não é de agora que o mundo se depara com questões endêmicas e de saúde pública, mesmo quando ainda não se tinha como premissa uma consciência global de princípios norteadores para a saúde mundial.
Embora estejamos em uma mesma galáxia e de um mesmo sistema solar, no mesmo planeta, cujos recursos naturais, de forma ampliada, encontrem-se distribuídos com suas caraterísticas próprias de tempo, clima, relevo, hidrografia, minerais, flora e fauna, entre outros...
A terra sempre será um mosaico com informações e razões a descobrir...
Quando passamos a refletir que os homens passaram a construir uma periodização para, a partir daí, passar a ter um melhor entendimento sobre as ações do homem no tempo/sociedade, percebeu-se que toda essa construção fora feita meramente para fins didáticos, visando, sobretudo, nortear uma linha de conduta para melhor identificar e conhecer como as pessoas passaram a viver em sociedade, construir conhecimento, atribuir valores e defeitos, identificar-se com ações/comportamentos, justificar suas “falhas” e “erros”, elevar-se ao divino e condenar-se ao anátema. Enfim, como passaram a se identificar em meio a tantas pontes sem elos e palavras sem volta...
Neste mosaico ao longo do tempo foram construindo formas de identificação – a Cultura – e a partir daí o homem pode ver um pouco do reflexo de sua imagem, de sua interação com o meio e da forma como pode conceber a ideia de mundo. Assim, o homem pode perceber que o que lhe tornava semelhante a outro homem e/ou o que lhe dava meios de o diferenciar se encontrava em projeto de identidade, como algo dinâmico e interativo construído no espaço da cultura.
A cultua judaico-cristã trouxe ao nosso conhecimento, narrativas de acontecimentos ocorridos na humanidade, passados de geração em geração a fazer parte do nosso cabedal de conhecimento e de entendimento sobre as ações do homem e da sociedade que vivia.
O fato de estar relacionado aos desígnios divinos, não lhe tira o mérito do saber e da verdade revelados... Tampouco não se pode ofuscar a mensagem onipotente de um Deus que está sobre todos e sobre tudo, manifestando seus ensinamentos para a condução dessa humanidade e, ao mesmo tempo, manifestando o seu amor e misericórdia a todos que os seguem e os temem.
Não iremos entrar no mérito do viés religioso para não nos desviar do foco da questão que queremos tratar, mesmo que de forma provisória e medíocre, mas para fins de autorreflexão sobre os acontecimentos dos fatos...
No transcurso dos séculos XVIII-XIX, a teoria Malthusiana já se preocupava com a superpopulação do globo terrestre, temendo ao cometimento de uma série de “possíveis” catástrofes que pudesse vir a acontecer.
O aumento populacional sem um uso dos meios produtivos adequados dos recursos naturais, por assim dizer, “racional” e com um aumento demográfico em ascensão, já se emitia um alarme ao crescimento da pobreza.
Em meados do Século XX, com a teoria Neomalthusiana, já havia estudos norteando que o aumento da pobreza estava alinhado a um crescimento exacerbado da população, defendendo-se, desde logo, um controle populacional, com métodos contraceptivos, rigoroso controle familiar e adoção de políticas públicas que pudessem, por meio do estado, garantir esse tipo de controle social.
Ocorre que, paralelo a isso, o sistema capitalista, agora norteado pelo entendimento da mão invisível de Adam Smith (uma forma de apresentar a relação existente entre a oferta e a procura), cuja vida e trabalho trouxeram grandes contribuições à sociedade mundial, no curso do Século XVIII, apresentou em sua grande obra – A riqueza das nações, que o trabalho, por assim dizer, era o motivo propulsor para fortalecimento de uma sociedade produtiva.
Passados alguns séculos, estamos agora no Século XXI, não se pode negar que a Lei da Oferta e da Procura, são os ditames da economia mundial, e sem elas, o mundo deixará de se movimentar.
Nos dias atuais, com a inserção das novas Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC’s, já não se permite blindar a mente para encrudescer a ignorância de que o mercado exige consumo, e o que muito me estranha é uma produção em massa de doenças produzidas por vírus mutatis mutandis, para garantir à manutenção do status cor do consumo, da miséria e, consequentemente, a garantia da riqueza dos que detém o controle da produção mundial nos dias contemporâneos.
O que ainda me impressiona, é que o Continente africano, ainda permanece sendo desde o primeiro quartel do Século XX, adicionados recentemente (décadas) a outros países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, o celeiro de laboratório mais barato em grande escala já produzido, que foi fomentado em nome do “experimento humanitário”, e que não deixou de contribuir a regimes totalitários em meio a fragilidades sociais, para o consentimento de colocar sua produção científica, para uma produção viral, em troca de alguns milhares de dólares aos cofres particulares...
Nenhuma dessas questões abordadas são restritas ou sigilosas no âmbito do mundo cibernético, em estudos sociais, em artigos científicos, em debates políticos e em ações de movimentos sociais escancarados no mundo dos que querem ver...
A indústria farmacêutica mundial já invadiu o Amazonas, e parte do nosso território brasileiro, mesmo que pelo estatuto da federação seja ainda nosso, mas na verdade, não nos pertence como gostaríamos que nos pertencesse. Talvez, ainda, sobre o princípio da formação do Estado, esteja ainda inserido no mapa físico e na geopolítica brasileira, registrado em nossa Carta Magna, mas ao tom de letra morta, o que não seria surpresa para nós, pois, não nos falta perceber a quem deveria garantir à defesa da Constituição do País e não a faz, mas a conduz de forma capciosa para atender aos seus pares...
Esta parece ser a Nova Ordem Mundial – A Família – que, como a galinha, protege seus filhotes debaixo de suas asas, até que um novo tempo lhe assegure sua jornada de manter-se firme no mundo dos viventes...
O Século XXI, ao meu ver, tem sido a manutenção de uma constante guerra para consagrar a Teoria Malthusiana, em preocupação com a produção de alimentos para o globo com a mão invisível de Adam Smith, possibilitando um renascimento da crise para a continuidade e manutenção do Sistema Capitalista, mesmo que se apresente, por diversas nações e “ações” com gestos humanitários, naquela ideia simbólica da ampulheta em que o tempo de uns acaba e de outros começam, mas no cômputo geral, o tempo, neste caso, é um movimento progressivo e nunca irá parar, permanece, portanto, a segurança do lugar que deverá estar na hora de virar a ampulheta de posição...
Os sintomas das pestes ditas como Pandemias, mesmo de alguns aspectos um tanto quanto distintos de local de surto endêmico e de condições climáticas e de demais fatores naturais, têm-se mostrado muito semelhantes... Ou seja, nos dá a impressão que há uma rota de produção em escala, que precisa ser mantida para “assegurar” os milhões de dólares investidos nessa produção, buscando mostrar ao mundo sua “eficiência” e/ou “eficácia” científica para robustecer e, ao mesmo tempo fortalecer o argumento de sua imperiosa necessidade de realização para que seja posta em prática a antiga premissa “protetora” do Estado à sua nação.
Quem é o Estado?
Qual é a nação desse estado?
Acho que o Estado é o global e a nação seus dirigentes, ou seja, os governos que não subestimam sua capacidade de atender aos auspícios do seu povo, mesmo que o povo não sejam outros, mas, ele próprio e seus pares.
E com isso, as novas pragas surgidas na antiguidade, época desprovida de TIC’s e outros instrumentos tecnológicos, humanos e científicos, ressurgem ressignificadas com sintomas já conhecidos, e que em grande parte do mundo foram erradicados, mas, assim como a moda, ela vai e volta de tempos em tempos, até que novas evidências a justifiquem seu retorno ao cenário político e econômico que lhes deem sustentabilidade, palavra esta que não deveria ter sido inserida neste contexto. Peço-lhe desculpas por isso!
Recife, 18 de junho de 2022.
Luiz Carlos Serpa