I-XLV Jaezes de vida e morte

Quando acabar o prazer, e seu sonho frustrado voltar,

pegue o que tens e dê-me um tempo.

Sei que agirá como se superou,

quando há minutos chorou por tolices menores que o marcou.

Quanto às minhas, não as perdi,

as escrevi para quando eu precise rir.

Mas o cansaço que os feriados me traz,

faz-me dormir antes de me lembrar.

E acordo suando, sob o mal desta cidade que,

há anos, vi-me aqui sonhando.

Não me digo arrependido,

os fantasmas daqui têm me distraído.

E tenho meu tempo gastado assentando esta casa,

um tanto irritado por não haver quem mais faça.

Estou crente que terminarei a noite ansioso,

e desfruto do dia com mau gosto.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 12/06/2022
Reeditado em 13/11/2023
Código do texto: T7536245
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