Cortesia
Sou o corte, o recorte de um laço forte,
Sulista ao norte do hemisfério recortado
Simplista observador em pura sorte.
Sou a liquidez dos tempos de hoje,
O retrato do céu espumando na laje.
Uma existência que vive e foge,
Forjando um rosto de porte,
Como se fosse o sorriso portátil
Sem usar nenhum projétil.
Seria eu uma caricatura de cicatrizes?
Seria eu certeiro, celeiro dos meus?
Não tenho tal convicção.
Que sigam então as matrizes,
Pensar está sob jubileu.
Não sou um rei, nem Corte do eu.
Afinal cortar a carne não é o cerne,
Tão pouco cortesia, é apenas a fuga da selfie.