I-XLIII Jaezes de vida e morte

Não há data que eu suporte

o Sol sobre esta cidade.

Orei para pisar nesta terra e, agora,

queimo como se meus pecados

adiantassem-me ao inferno.

Já não estou perdido suficiente?

Rodeado por almas fascinadas por lugares que não estou.

Vejo o dia que levarão meu corpo ao espaço.

Nem sequer sou livre

e ameaçam prender-me fora da realidade.

Sou âncora de qualquer coisa que os tirem daqui.

E não ligo, eu não vivo,

sou comida para almas cansadas do paraíso.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 05/06/2022
Código do texto: T7531546
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