I-XLII Jaezes de vida e morte

Tarde, mas antes da noite,

invocaram-me, tanto repetiram,

dezenas suficientes para sentir-me contigo.

Acreditei vagar, mas tratam-me como vivendo aqui.

Dizem sentir como eu, mas não os vejo como vivi:

Sobre pegadas de Flammarion,

martelando um sólido céu que nos separa do passado,

por amor e por coisas que jurei nunca dar ao acaso.

E por rancor dos jeitosos rostos que, outros,

fizeram-me deixar de ver,

espero Artur compensar-me,

com tal rígida espada,

os frouxos homens desta távola

que nada me puderam fazer.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 04/06/2022
Código do texto: T7530852
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