Linha do Tempo

Nascemos puros de sentimentos, emoções e somos donos de sorrisos largos, risos fartos ausentes de maldade, entretanto em nosso primeiro contato com esse mundo choramos e só nos confortamos, quando somos acolhidos no abraço e no calor de um colo repleto de amor. Ah esse seria o mundo ideal!

Mas infelizmente crescemos, e na dor aprendemos o quanto as pessoas podem ser más, frias e cruéis. Somos prezas fáceis de seres dissimulados, interessados em algo que nunca é você, mas sim nas coisas que você pode ter ou por aquilo que você pode oferecer ou proporcionar. E como demora para lidarmos com essas pessoas. Vezes somos levados pela ilusão e em razão de nossa boa fé novamente nos tornamos vítima do pior tipo de violência para com o ser humano: somos gravemente violentados em nossas emoções e cada vez mais caímos no abismo da decepção e criamos, para nossa auto defesa, uma blindagem espessa, intransponível e é exatamente nesse momento que começamos morrer.

Envelhecemos, cabelos já não são tão fartos, mas são acinzentados pelas caudalosas lágrimas de choros contidos nas inúmeras noites de absoluta solidão.

Então, finalmente, percebemos o quanto corremos, fizemos, construímos e o quanto fomos disponíveis para as pessoas que estiveram ao nosso lado.

Foram dias, meses, anos de dedicação, entrega, doação, incentivos para a realização de projetos e sonhos dos quais sequer seremos lembrados.

Estaremos sempre na insignificância do passado dos outros. Em resumo: enquanto houver a ingratidão, sempre haverão operários construindo a solidão, contribuindo com o falecer dos sentimentos nobres do coração.

Luis Cesar Barão
Enviado por Luis Cesar Barão em 02/06/2022
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