MEMENTUM MORI X MEMENTUM VIVERE
Já senti tanta gente morrendo em mim mesmo
É de uma agonia imensa a imersão vidrada
Dos tantos olhos enterrados e encerrados a esmo
No que a terra faminta os fez comer por merecer de forma errada
Pra digeri-los, quiçá, num estrume de boa qualidade nesta longa estrada...
Deixando dentro de mim, sepultura corpórea de ancestrais
Também devorada um dia pela idade saturada
Alagadas de lágrimas esgrimadas de uma saudade ferida
De seus rostos e restos mortais...
E em todos eles vivi saudades cadavéricas
Para ver-me
De forma deletéria
Virarem comida de verme...
Se quiseres que eu viva amanhã
Hoje me despeço de você...Adeus