CADA PALAVRA
Cada instante, cada vida, cada antiga enseada
Caem lâmpadas em resplendor e dourada luz
Ao meu redor o verdadeiro poema é encorajado
E rouba meu ar interno
Cada palavra é um bem maior que desejo
Enraizadas de vida
feito trato
feito gelo
Cada galho e folha bem que reconheço
Ilumine a vida em meu coração e deixe livre meu espírito enquanto escrevo
Mas antes que alguém lesse
O poder de lembrar seria eterno
E transmutá-lo seria impossível
Não dá pra reinventar cada foilha solta nesse outono-inverno
Mudo em primeira luz para um olhar
Escolho o mesmo objeto se é que amo
Acendo uma lâmpada de luz como sombra
Até que o brilho não atrapalhe meu caminho
Ser crepúsculo e destemida revoada
Envolver a pele trocada
deixada às traças
mofada e recusada
Poupar-me de orgulho e altivez
E correr lágrimas amargas
Desce o chôro em cascatas
pela vida leve que se fez
Em breve...
Até quando?
Talvez.
30/05/2022