Adeus minha amiga
Hoje, 29 de maios de 2022, perdi uma amiga. Minha melhor amiga. A única, dentre tantas, que jamais me abandonou. Tão presente quanto o Sol das três da tarde. Uma amiga que se preocupava com minha segurança como se fosse minha mãe, querendo me alertar para os males das ruas noturnas desse Paranoá, onde os malandros imprestáveis brotam das sombras para nos furtar o que é de mais precioso. Roubam tudo que lhes é observável. E sobre tudo isso a minha velha amiga sempre me alertava. Não possuia a velocidade da luz nem a do som, mas com sua pouca velocidade conseguia me levar para bem longe e me livrar de certas situações. Minha amiga, nem vai conseguir ler o que digito sem qualquer prévia de correção, nem quero ser poético aqui, apenas desabafar minha dor de ter que te perder. Levada por dois diabos, que tão defendidos por um segmento de utópicos, vivem livremente praticando de seus atos ilícitos e cruéis. Você foi levada. Minha cabeça martela tanto, indago a mim mesmo se não fui um covarde, poderia tê-la salvado. Minha vida perdeu sua locomoção, único meio utilizável para perambular por esse Paranoá tão transformado.
Descanse em paz, minha amiga.