UM PEDAÇO DE MIM

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(COM FAZ FALTA)

 

Como eu sinto falta daqueles velhos tempo de coisas tão simples,

como eu sinto falta de acordar no sítio de meu pai e ouvir bem baixinho as músicas do rádio,

Que saudades eu tenho da comida feita no fogão de barro

era mais gostosa do que a que serviam a reis do passado.

O cheiro das caieiras, o cheiro do gado quando passava pelos campos, das árvores, das frutas, das jacas, dos limoeiros, dos cafezais, do capim molhado, do barro que ficava no sapato, da madeira enxarcada e dos gravetos usados como lenha, esse conjunto faz tudo ficar tão vivo e nostálgico em minnha memoria,

que saudades eu tenho do cheiro que só lá tinha,

da minha terrinha.

 

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(TUDO ERA LINDO)

 

Que saudades que eu tenho de ver as galinhas juntando debaixo das assas os seus pintinhos e os cachorrinhos brincando com seus filhotinhos, que saudades eu tenho de ir para os rios pescar e esquecer que já era noite,

que saudades eu tenho das prosas eternas com pessoas completamente dóceis e simples.

Que saudades eu tenho de olhar a chegada da noite e ver os vagalumes iluminar as estradas,

que saudades das noites iluminadas com são os dias, pois lá não tinha luminárias em postes para poluir o céus,

as estrelas tomavam conta de tudo e mostravam seu encanto ao povo da terra,

a lua parecia tão pequena diante do desfile das estrelas,

pois elas eram tantas como exércitos na noite,

como era belo,

tudo era lindo.

  

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(MAIS UM PEDAÇO DE SAUDADES)

 

Que saudades eu tenho de alimentar as vacas dóceis como coalas,

que saudades eu tenho de ver aquelas grandes montanha que parecia enormes pinturas,

que saudades eu tenho de tudo que era simples.

 

 

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(A VIDA NA VIDA)

 

Quantas saudades eu tenho de viajar pra lá com meu saudoso pai e de andar por aquelas estradas,

em tudo tinha vida, eu observava a beira da estrada lindas borboletas beijando as flores,

pássaros que cantarolavam em todas as línguas,

insetos que comia e faziam festa nos capins,

assim como os cupins também faziam nas arvores,

logo mais em baixo as formigas faziam suas estradas,

ai de quem se atrevesse pisa-las,

pois a dor era grande.

 

 

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(NÃO EXISTE MELHOR COMPANHIA)

 

Tudo o que me importava mais que isso era a companhia,

porque quando estavamos a sós eu podia conhecer o que meu pai escondia no peito,

pude saber que alguem fechado ama do mesmo jeito, mas com o coração um pouco duro,

pude saber que ele se importa mesmo que as vezes finja que não,

puder saber de suas histórias de quando era menino e de sua vida sofrida,

pensei então que por isso ele era meio fechado, mas eu não o julgava,

Jamais tive vergonha de meu pai,

apenas alegria e orgulho exalavam de ser o filho do homem mais incrível do mundo,

tenho tremenda admiração por aquele homem,

que tanto eu gostaria de ser um dia.

 

 

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(OS VIZINHOS)

 

Eu amava quando íamos visitar os vizinhos,

eram alguns quilômetros que acompanhado de conversas se tornavam menos que metros,

Lá todos se amam, naquele povo não há preconceito, o olhar deles não te julga como voce anda,

Existe um velho senhor, que gostaria de rever tomara que nesse tempo que estou aqui ele ainda esteja vivo,

quero que me conte histórias de sua vida para meu coração se preencher,

quero que fale, apenas fale de qualquer coisa pra que eu possa saber um pouco de como é a vida,

recordo-me de seu filho que tinha mais de 30 e era como um menino conversava com vergonha,

seu olhos fugiam dos rostos e cavavam o chão para se esconder,

seu rosto era risonho,

era como se ele nunca soubesse o que era ser triste.

 

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(TUDO O QUE PERDEMOS)

 

 Quem dera meu pai jamais ter vendido,

porque eu teria o paraíso a 80km de distância da cidade.

Pior é saber que não posso fazer nada, pois não tenho o dinheiro

para comprar tudo o que perdemos devolta