Algumas considerações sobre a minha filosofia _ 2
Está nítido em minha filosofia a distinção entre mundo fenomênico e a coisa-em-si, o que, porém, não está é se tal distinção adotada é próxima a kantiana e a resposta é um sucinto não, pois o númeno para Kant é imanetizado, isto é, carrega em si uma dívida aristotélica, assim sendo, o vocábulo que mais se adequa a tal conceituação é o de essência. Para Schopenhauer não há tal distinção, pois a vontade é a determinante (e o significante na sua filosofia) na vida do indivíduo, que carrega fenomenicamente a assinatura de um sujeito ativo por um ato de liberdade (autonomia) que só pode partir de um ser livre. Porém, o que Schopenhauer não vislumbrou é que tal ação partindo do individual é nula defronte o todo (que é uma vontade geral como negativa), logo, tal vontade seria anulada frente a Vontade, não haveria suspiro e nem apreciação estética suficiente para ser uma, isto é, não o seria. Portanto, sua filosofia entra em contradição (aporia), haja vista, que o princípio absoluto do universo é o caos. O não-idêntico não é o Caos, pois por ser uma entidade não o é sujeito, assim também o é com o campo morfológico de possibilidades. O vocábulo númeno adotado tem seu significado próximo a concepção clássica por remeter ao transcendente pela impossibilidade de compreensão e por não partilhar nem uma propriedade (como determinante em sua significação) com a realidade material enquanto subjaz todas as coisas como pré-realidade, isto é, somente o suprassumo pensante _aquele que tem a capacidade inerente, irrevogável e ininterrupta de apreensão sintética de tudo, ou seja, a compreensão do todo que o faz o tal_ tem a capacidade de compreender a ideia de algo em sua forma pura, ou melhor, antes de vim a tornar-se realidade efetiva, pois isso só é possível através do acesso ao campo, visto que é eterno ou o infinito de fato ou de per si (o infinito que abarca todos os outros), enquanto nós como sujeito cognoscente esbarramos em nossa limitação inerente advinda da nossa estrutura em decaimento (submetida a leis naturais) após a passagem da ideia à realidade efetiva. Assumo, portanto, um idealismo próximo ao transcendental na medida em que a ideia da coisa criada é incognoscível para nós, porém, habita em algo anterior a criação (adendo: o termo trancendente aqui utilizado se refere a divindade a parte da criação embora esteja em tudo por consciência), isto é, no suprassumo pensante e o platônico posto que ''as ideias 'em' formas'' é a realidade mais fundamental, por consequência, admito os universais ao mesmo tempo que assumo o realismo moderado no que diz respeito a nossa realidade imanente e a nossa limitação _razão insuficiente, dado a nossa estruturação como sujeito cognoscente_, que nos direciona à busca de uma teorética o mais verossímil possível com a coisa investigada através do jogo de linguagem e das metáforas úteis, sempre atendo-se as minhas pontuais e concisas observações, principalmente no que se refere a epistemologia. Utilizei o vocábulo propriedade no seu sentido mais genérico. O contato com a substância pensante nos possibilita a vinda da identidade através da correta ação que é direcionada pela Vontade (que provém da intenção do suprassumo pensante através do campo no que se refere a criação) e tudo isto estrutura a vontade. O campo é a lei natural primordial e tem com Deus no que concerne ao quantitativo uma semelhança, que é ambos eternos serem. Para expressarmos o que o campo partilha com Deus, filosoficamente falando, seria mais fidedigno adotarmos a expressão "no que tange", dado a etimologia do verbo tanger.