O FILÓSOFO E O AMOR A SABEDORIA
Qualquer filosofia séria na sua missão de enriquecer a linguagem e, ao mesmo tempo, comprometida com a verdade, é uma busca apaixonada pelo saber; e, evidentemente, é uma procura que nunca se esgota e se finda enquanto houver aquele ímpeto de inquietação e entusiasmo. O ato de filosofar é um constante exercício feito por um amante do saber, fazendo a todo momento um confronto entre o que já sabe e outros saberes que podem fazer parte de sua rica bagagem intelectual. A vida da reflexão filosófica é de admiração e contemplação; é uma intensa e fecunda peregrinação por caminhos de conhecimento que podem propiciar, certamente, um lampejo de intuições, ideias e de entendimentos sobre o que é a vida, o seu sentido e propósito. O que move um amante da sabedoria é sempre os porquês e a compreensão dos significados. É através das indagações que um filósofo elabora os seus melhores edifícios filosóficos. É nessa condição de seres repletos de indagação que emerge uma busca pelo conhecimento e pela sabedoria, cujo objetivo é não só orientar a sua conduta de vida e nortear os seus caminhos de sentido da existência, como também é gerar um prazer singelo que pode ser obtido em cada evolução alcançada na escalar do saber. Um verdadeiro filósofo sabe que sua tarefa inalcançável; e, portanto, cheia idas e vindas, construções e desconstruções, continuidades e rupturas, que podem muito bem colocar em jogo qualquer conhecimento pré-estabelecido, além de desafiar toda superficialidade do senso comum e das certezas convenientes e tranquilizadoras.