Gerundismo do Fim
Tantos estão indo.
Eu estou ficando.
Empobrecendo a vida, com lutos disfarçados, mal chorados.
Estou ficando na ponte velha, sob um rio chamado esperança triste.
Olho para os insetos e mergulho num mundo de miudezas desconhecidas: um mundo que eu nunca prestei atenção.
Olho para as crianças e convido o menino Jesus para cirandar conosco.
No mais, os que estão indo estão levando pedaços de mim, deixando um oco nos anos passados.
Muitos talvez se foram sem lembrar da minha existência em seu último dia; mas dentro de mim jamais morrerá o colorido, daqueles tempos vividos, e sem as dores de hoje, na qual eles participaram.
Regina, Thales e Livinha,
Eu estou levando...abro a gaveta dos momentos que tivemos, ela é uma sala, uma calçada e um quarto. Converso com as memórias, acabo me fortalecendo. Mas a dor sempre volta...porque o futuro é incerto.