Para além da saudade, ainda existimos.
Nós comemos, nós bebemos, nós rimos, abraçamos e beijamos.
Mesmo sem comida, bebida, sem braços ou bocas.
A ausência física não precisa, nem significa inexistente carinho.
E, apesar de desconhecermos todos esses sabores, conhecemos
o sabor da nossa companhia, do afeto, do toque das mãos, do calor dos abraços.
Conhecemos o bastante para sentirmos saudades.
O bastante para desejar a companhia.
Não que baste, mas ficamos felizes com a companhia através das teclas do celular,
ou das ondas telefônicas e, mais ainda, com a conexão das nossas energias.
Com a convergência de ideias - ainda que dentro da convergência generalizada,
haja divergências pontuais.
E somos gratas a oportunidade.
E ao amor.
E, principalmente, a possibilidade dentro da aparente impossibilidade.
Tudo como deve ser, somada a resignação, a resiliência...
Vamos resistindo, e coexistindo.