Para além da saudade, ainda existimos.

Nós comemos, nós bebemos, nós rimos, abraçamos e beijamos.

Mesmo sem comida, bebida, sem braços ou bocas.

A ausência física não precisa, nem significa inexistente carinho.

E, apesar de desconhecermos todos esses sabores, conhecemos

o sabor da nossa companhia, do afeto, do toque das mãos, do calor dos abraços.

Conhecemos o bastante para sentirmos saudades.

O bastante para desejar a companhia.

Não que baste, mas ficamos felizes com a companhia através das teclas do celular,

ou das ondas telefônicas e, mais ainda, com a conexão das nossas energias.

Com a convergência de ideias - ainda que dentro da convergência generalizada,

haja divergências pontuais.

E somos gratas a oportunidade.

E ao amor.

E, principalmente, a possibilidade dentro da aparente impossibilidade.

Tudo como deve ser, somada a resignação, a resiliência...

Vamos resistindo, e coexistindo.

nouvellelune
Enviado por nouvellelune em 15/05/2022
Reeditado em 15/05/2022
Código do texto: T7516566
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