A moça na janela
Em um passado, não muito distante, passei a observar uma moça... Eu ficava em uma janelinha, muito pequena, olhando-a.
Ela me parecia muito triste e sozinha, vivia em meio a correria. E lutava! como lutava para sair daquele lugarzinho em que estava. Era um lugar tão pequenininho, com paredes negras e sem brilho, tudo que ela tinha era um pequeno raio de sol que entrava por aquela janelinha.
E a moça chorava, e lutava sozinha. Eu queria ir até lá, dar um abraço apertado e dizer que ficaria tudo bem, que ela só precisava continuar lutando. Mas, eu não passava por aquela janelinha, e não poderia lutar por ela, e depois também eu sabia que aquela menina tinha consciência que precisava continuar lutando, ela parecia ter uma força que eu desconhecia.
Eis, que o tempo passou... Eu parei de ver aquela moça pela janelinha. Inicialmente me preocupei, mas um dia, levantei cedo e no espelho olhei: E, que surpresa! vi a moça em meus traços de mulher. Mas dessa vez a porta estava aberta, ela conseguiu! Libertou-se no passado e assim também me libertou. E eu agradeci aquela mocinha que mesmo sendo tão sensível e sozinha conseguiu tornar-nos livres! Então me dei conta que aquela janelinha era o tempo, e a mocinha era eu lutando para ter a vida que tenho hoje. E que felicidade senti, quando vi que aquela mocinha mesmo que inexperiente fez as escolhas certas e conseguiu dar a volta por cima mesmo com tantos obstáculos!