cela

Mais um dia, mais uma noite, segundos, minutos, horas.... dias.

Em todo momento rodeada de palavras e cenas, que já não se repetem, mas mesmo descristas no passado, continuam me acorrentando. Em cada cm destas paredes, letras se formam, lembrando quem eu sou, e porque estou aqui.

Seriam pensamentos? Não é como se eu memorizasse tudo que aconteceu, não penso nem despenso. Só continuo socando meu peito como se tudo fosse culpa minha. Mas... Tudo o que?

Sera que eu estou mesmo presa, ou não tomo iniciativa de caminhar para fora daqui?!

Tantos questionamentos, mas não movo um musculo.

Talvez eu goste daqui, ou ja esteja apegada nessas correntes.

Talvez eu goste dessa ardencia quando elas me surram, ou apenas aceitei minha realidade.

Sera que eu nao conheço a solução, ou sera que só a recuso?

A verdade é que não importa, não importa quantas soluçoes e chaves sejam jogadas aos meus pés, nenhuma abre verdadeiramente esses cadeados, e então eu só desisi de tentar. Sempre me levantei sozinha, por mais que diversas mãos estivessem estendidas para mim, essa mão era cobrada mais tarde, fazendo com que eu desse meu corpo iteiro como pagamento.

Sera que sou tão orgulhosa assim? sera que sou eu que me agarro nas pernas da dor, implorando para que ela fique do meu lado? A verdade é que ela e a solidão andam de mãos dadas me fazendo ciume, insunuando que eu seja como elas.

Confiando só nesse silencio ao meu redor, esquecendo de qualquer companhia que se achegue.

As grades dessa cela só crescem e crescem, e toda vez que tento abri-las, uma nova explosão me atinge.

Aqui é meu lugar, aqui é minha casa. Essa cela gelada e quieta, é quem eu sou.

O lugar que um dia foi meu espaço de descanso, se tornou uma realidade escura.

Eu não tenho medo, não me sinto triste ou feliz, não me sinto deslocada ou em casa.

Eu só existo. Sem expressão nenhuma, nem sinal de fala.

Mas... la no fundo, protegida por muros e soldados, tenha uma pequena chama de esperança, que aguarda ansiosamente, por um abraço sem intenções nojentas, mas com o intuido de colorir um pouco, essas palavras que se mostram como monstros.

Que mude essas palavras sem pé nem cabeça, dos meus textos bagunçados.