Entre os dedos
Sinto as coisas escapando entre os meus dedos, admito que boa parte dessas coisas eu quero que escapem, quase como se eu estivesse apenas caçando um motivo para que escapassem, no entanto tem outra parte que escapam para além da minha vontade, pessoas que passaram entre meus dedos como um papel deixando um corte dolorido. Da minha parte, eu digo que está tudo bem, faço de conta que está tudo bem, é melhor assim, mesmo porque não são coisas que eu possa fazer algo a respeito.
Com a constância desse tipo de coisa, tenho me acostumado a abrir mão das coisas, abrir mão de tudo que eu pudesse, cada vez que eu penso a respeito, eu sinto uma dormência, sinto tudo cada vez mais anestesiado em mim, ainda penso ser melhor assim.