Um Desabafo Poético
Eu gostaria de ser alguém que as pessoas que eu amo tenham medo de perder. Alguém que se ilumine porque falou comigo ou que me abrace porque tem um carinho tão grande por mim que é automático. Eu sei que sou amada. Por alguns raros amigos e alguns familiares, também raros. Eu sei que me amam. Mas eu não consigo sentir esse amor chegar até mim em 90% das vezes. Eu tenho a constante sensação de que não sou bem-vinda, de que atrapalho, de que sou a vítima e que comigo, para dar certo, as pessoas precisam pisar em ovos. E isso é uma droga. Eu queria poder ser mais feliz. Sentir que valho a pena. Que tenho lá meus conflitos mas que estou aqui para o que der e vier e que essa certeza é suficiente para que alguém fique. Alguém que lute por mim. Alguém que me abrace e diga “você é muito importante pra mim, não importa para onde você vá, meu coração sempre ficará feliz ao ouvir e pronunciar teu nome”. Poderia ser eu a me abraçar e dizer isso, a me servir de consolo. Mas ainda não alcancei evolução suficiente para isso. Ou terapias suficientes. Eu só queria me sentir amada. Talvez isso acalentasse um pouco meu coração, que encontra-se mais frio que os quinze graus que me cercam do lado de fora de mim.