Introspectiva.

Nada desmente, mas nado na direção de onde as expressões procuram se entrelaçar. Procuro decorar, vejo que devo aprofundar. De repente chegam lembranças do passado, invadindo me tirando a concentração, volto a procurar sóbria por ideias delirantes. O que geralmente não acontece quando me sinto apática. Recordações de pessoas mortas, surgem como se pedissem orações. Tudo aparece, até o barulho das crianças brincando lá fora. Saudades misturada com um coração vazio sangra. Sem ao menos entender o momento que vivo. Confusão e conflito em plena guerra no meu interior se expande. Como eu gostaria de estar bem comigo!! Destemperada emocionalmente sigo nervosa. Acredito que o céu deixou de acreditar em tudo o que escrevi ou o que escrevi não foi permitido?! Hoje relendo sinceramente não acreditei nos pensamentos registrados. Como as coisas mudam tive medo. Por um instante percebi que precisava chorar. Mas as lágrimas estavam presas. Não quero ceder a minha natureza impura. Talvez seja isso o que tanto está mexendo num lugar secreto que trago ao longo do tempo. Gritando no eco do meu pensar devolvia com um: Nãooo !! Este é o preço desgastante da crise existencial. E digo mais isto não é um texto é uma súplica da condição mais impotente que consegui. No estado que me encontro adormecida pela sobrevivência que estamos tendo que enfrentar na escuridão em pleno dia de Outono.

Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 08/05/2022
Reeditado em 21/09/2024
Código do texto: T7512043
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