Já era

.:.

A vida tem uma pontinha de morte

que se avoluma a cada dia.

A gente corre, cansa;

vive em constante agonia.

E os dias passam:

a cada mais um, menos um.

Acreditando que o tempo não zera,

a gente não vive e a vida não espera.

E, de repente, quem é

não é mais, já era.

.:.

As flores que enfeitam a vida

são as mesmas com as quais

adornamos os féretros.

O perfume que encanta os sentidos

é o mesmo que celebra a morte.

O que muda, então?

Não são as flores nem as fragrâncias...

Mudamos apenas nós mesmos,

em razão das percepções

do celebrar alegria e chorar o luto.

Para ambos,

o tempero é o tempo.

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 07/05/2022
Reeditado em 07/05/2022
Código do texto: T7511237
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