Liberdade, ainda que tardia!

Nesse céu aberto de lonjuras,

Calafetado estou em devaneios;

Nas mãos a contradição da mente,

Na mente a traição do tempo,

No tempo a corrosão do corpo,

No corpo a inação demente!

O roto travestido de conde,

Na alma atarefada de fútil;

A fúria travestida de monge,

Na calma do desespero impotente.

Certos ares de abrir o cerro,

Meros vultos de lucidez,

Coroam o norte da minha vida,

Num oceano de insensatez!

Mas na centelha efêmera da vida,

Relegada e carregada de mágoa,

Ei de fazer ferro em brasa,

E ter minha alma renovada.