POSSO NÃO, POÇO
Adormeci,
me vi
em uma viagem,
caí,
num buraco entrei,
ao fundo do poço mergulhei,
passei
por paredes
pintadas de inverdades,
conheci a falsidade,
que tudo me prometia
menos a felicidade,
que mentia
ao dizer ser melhor
que a fidelidade,
conheci a aparência
que me apresentaria
uma beleza
cheia de frieza,
falta de essência
e sem lealdade,
nesse abismo
me veio o egoísmo
criticando a caridade,
exaltando o cinismo
em detrimento à sinceridade.
Nesse lugar de lamento
e sofrimento,
davam muita importância
à arrogância
e vaidade,
mas pouca significância
à humildade,
eu decepcionado
e cansado
dessa passagem
pedi para acordar
e retornar,
mas só quiseram aceitar
quando eu desprezasse
toda essa maldade
de lá.
De imediato reagi,
não iria mais me afundar
com tanta futilidade
e acordando subi,
deixando o peso
dessa bagagem
ficar,
nunca mais nesse pesadelo
quero estar.