I-XXXV Jaezes de vida e morte
Crânio sem esqueleto, previna-me, ó beldade exilada, do tropeço.
Por nosso parentesco revogado, por nosso acordo impugnado.
Esculpida alma em tenesso, tão pesada quanto meu anseio.
Abra-me qualquer brecha para além deste meio.
Previna-me do que quero, pois cuspo o que tateio.
Encontre-me desolado, para que de mim não queira cuidado.
E eu padeça, sem ti, sem mim, sem quem queira, por décadas e centenas.
Talvez eu mude, mas as coisas não irão.
Não tens ideia do quão grave foi o que vi.
Canso-me de ouvir-te fingir, de temer me extinguir.
É triste por ser o último inverno,
é uma benção por ser o último verão.
Quão poético Senhor, quão profundo o sermão.
Se mais cego estivesse, confundir-me-ia com Seol,
ou com qualquer vácuo em vão.
De onde virias se não do fim,
se dizes saber o que será de mim.