Verdade seja dita

Numa era em que toda informação, seja ela verdadeira ou falsa, chega em fração de segundo ao nosso conhecimento, querendo ou não, é fácil cair em estafa, estresse social, dores de cabeça, déficit de memória entre outras coisas.

Quase todo mundo tem um perfil numa rede social e ali expressa todas as suas verdades, e suas mentiras, e suas ilusões, planos, experiências. Somos seres sociais, disseram.

Acredito que, assim como a perspectiva de beleza, a verdade tem seus aspectos subjetivos. O que é verdade pra você pode não ser pra mim ou pro João. Principalmente no que diz respeito a religião e espiritualidade.

Se você usa um salto de três centímetros diariamente e isso te faz bem, bom, não vai funcionar pra mim. Se quando você bebe leite isso te deixa inchado, não acontece o mesmo comigo. Dormir tarde, assistir ao jornal nacional, cultivar uma planta na sala de casa, ter um bicho de estimação; soprar canela no primeiro dia do mês, ou não fazer nada disso, pode ter o mesmo efeito em pessoas diferentes. Viajar pra Budapeste em busca de expansão de consciência pode ter o mesmo efeito que crescer numa família disfuncional.

Se você medita e eu contemplo, se você bebe chá e eu café, se você corre e eu caminho... são só lados diferentes da mesma moeda. Penso que são vários os caminhos e é exatamente essa diversidade de gostos, preferências, peculiaridades, idiossincrasias que faz a vida ser mais colorida. Onde todo mundo pode aprender com todo mundo.

O perigo nisso é se achar o dono da verdade absoluta, pois,

quem acha que já sabe tudo não aprende nada.

“PORQUE OS DETALHES, COMO SE SABE, CONDUZEM À VIRTUDE E À FELICIDADE; AS GENERALIDADES SÃO MALES INTELECTUALMENTE NECESSÁRIOS. NÃO SÃO OS FILÓSOFOS, MAS SIM OS COLECIONADORES DE SELOS E OS MARCENEIROS AMADORES QUE CONSTITUEM A ESPINHA DORSAL DA SOCIEDADE.” - Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley