Camus, Bon Jovi e a música cafona brasileira
Cenários desabarem é coisa que acontece... Assim disse Albert Camus no seu emblemático Mito de Sísifo. Essa constatação da realidade tomou forma depois que tive o descontentamento de assistir alguns vídeos (clipes) da Banda de forró Newjersiano Bon Jovi, em um boteco semi gourmetizadao, frequentado em sua maioria por funcionários idiotas da Câmara Municipal, metidos a playboy...
Depois de ver o encenanento cômico do Bom Jhon, várias cenas se mostraram idênticas com as encenações ridículas de gente do naipe de Leandro e Leonardo, Frank Aguiar, Reginaldo Rossi, Vando, Fábio Júnior, entre outras preciosidades obscuras da música brega brasileira. Isso sem falar das poses baratas e expressões de puro fingimento do guitarrista pingaiada Sambora, com seu bigodinho digno de comediante fruto da Praça é nossa.
Algumas ilusões de gente metida a "Apreciador de Rock", que se gaba de possuir um gosto musical distinto e privilegiado, (contrariando a opinião do erudito ao jazz, entre outros seguimentos musicais elitizados) e que tanto insistem na ideia de liberdade de escolha de estilo, vão tentar desbaratinar este post, me acusando de idiota e demente desvinculado da realidade - alegando que o feeling e a técnica do Sambora, somado com seu ótimo gosto por timbres guitarristicos, as sofisticações dos arranjos e daa melodias, a "profundidade das letras" entre outras babozeiras de consistência discutível- superam muito a "mediocridade" das letras do forró, do sertanejo, do funck, do axé, do pop, etc.
Infelizmente, a fórmula e o resultado dessa indústria cultural são sempre a mesma coisa, com variações mínimas apenas de alguns ingredientes sutis, como a língua da letra, a época da criação, os costumes da geração mais relevantes, as características sociais envolvidas, etc. Nenhum desses atributos sugere um grau de evolução, inteligência ou posição superior da espécie humana pelo simples fato do poder de escolha, da mesma forma que escolhemos entre pastel de queijo ou de carne ou de vento...
Ainda que existam outros elementos que possam distinguir os estilos, como as conclusões que a Escola de Frankfurt sugere, uma unica certeza se revela: O par de chifres une todos os estilos musicais.