Abyssus abyssum invocat.

Desengano. A esperança dos enganados!

Tem dias que a tristeza nos invade e não nos deixa ver o óbvio. Deixamos que entre a ventura de pensar-mos que somos felizes, somos apenas marionetas descartáveis, quando nada mais resta que o sonho enganado em que vivíamos. Por vezes falta a vontade de ir embora, a coragem de reconhecer-mos o engano vivido e quantas vezes repetido. Mas tudo tem a sua hora, resta apenas a vontade de olhar para o relógio e ver que o tempo passou. Sempre a esperança mora no coração daqueles que realmente acreditam em si mesmo. Nunca é tarde para reconhecer o erro, descobrir a falsa amizade, aquele querer em que acreditamos a bondade de acreditar-mos que haverá sempre uma diferença. Nunca é tarde para reconhecer o engano, aquilo a que se chama “amor” mais não é que a armadilha, degrau a degrau conseguida, vivida, acreditando sempre, até ao momento que nada mais resta que o mísero ser em que nos tornaram. Mas há sempre a vontade de acreditar-mos em nós mesmo, dentro do nosso ser, mesmo com o coração despedaçado e a alma torturada pelo engano vivido, há sempre dentro de nós a vontade de ir mais além. Não é desgraça errar, desgraça é não reconhecer o erro, e continuar-mos vivendo como se não existisse. Há uma verdade que os latinos nos deixaram.Abyssus abyssum invocat. O abismo atrai o abismo. Uma desgraça nunca vem só. Uma erro, uma falta leva muitas vezes outro erro outra falta.

Só nós podemos deixar de errar!

Quo Vadis
Enviado por Quo Vadis em 24/04/2022
Reeditado em 02/11/2023
Código do texto: T7502214
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