I-XXXIII Jaezes de vida e morte

As vezes que evoquei seu nome,

confesso, não tive fé.

Temi estender tempos que nada servem.

Oro por cautela, por alguns dias, não muitos.

E se, com o pouco, ter eu alguma certeza,

livre-me, então, das marcas que me remetem à demência.

Que eu toneladas pese,

suficiente para ter de Sansão ambas as suas mãos.

Que eu ocupe seu tempo e lhe atrase os sonhos.

Que seus fios testemunhem as besteiras que me consomem.

Quero gabar-me dos meus medos e rir de seus animais.

Quero dizer que o que diz é mentira, justificada por coisas banais.

E terei sempre razão, pois o que tens para dizer de ti, tens guardado para si.

Em vão.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 22/04/2022
Reeditado em 24/10/2023
Código do texto: T7500905
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