A má-fé como doutrina
Todos nós sabemos bem que é muito mais fácil criticar o que está feito do que construir algo a partir do nada ou até mesmo melhorar o que já existe.
É assim que se tornam evidentes os críticos de literatura, arte, cinema, futebol e os marxistas.
Na década de 1930 um grupo de filósofos marxistas resolveu levar essa comodidade ao extremo e desenvolveram a Teoria Crítica, a partir de um ensaio publicado por Max Horkheimer em 1937, intitulado Teoria Tradicional e Teoria Crítica.
A partir daí inciou-se um processo de criticar tudo que a Humanidade construiu através de milênios, obviamente sem sugerir nada de útil para repor o que propuseram destruir.
Um dos exemplos de má-fé levada ao extremo é o livro “Dialética do Esclarecimento” de Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno (1903 – 1969) e Max Horkheimer (1895 – 1973), dois teóricos da Escola de Frankfurt.
O livro que, diga-se de passagem parece que foi composto num gerador de lero-lero, em tese trata de “esclarecimento” e tem um capítulo inteiro dedicado a explicação do que seria “isso”.
Para se ter uma ideia do quanto os autores pretenderam “esclarecer”, o livro menciona Sócrates uma única vez e sem lhe atribuir nenhum significado especial - “Assim a frase de Sócrates, segundo a qual o belo é o útil, acabou por se realizar de maneira irônica.”.
Além de Sócrates ele menciona Platão dez vezes e Aristóteles cinco vezes, porém nos passando a impressão que esses pensadores contribuíram em quase nada para nosso Conhecimento.
Visto que o propósito desses autores era a crítica pura e simples, em última análise “a destruição do mundo”, fica evidente que eles não poderiam mesmo atribuir valor aos símbolos e inspiradores da cultura ocidental.
Vemos mais uma prova evidente disso por exemplo, na frase - “Além disso, ainda há historiadores da filosofia que ensinam infatigavelmente Platão e Descartes, sem esquecer de acrescentar, naturalmente, que já estão ultrapassados.”.
Os autores quiseram dizer que o conhecimento antigo está ultrapassado e o que passa a valer é o “conhecimento” formulado magicamente pelos “pensadores” marxistas?
Seria como o latim, que pode ser aprendido como curiosidade mas não serve para nada porque ninguém mais fala essa língua?
A leitura do livro é quase uma “Tarefa de Sísifo” porque temos que ter uma disposição sobre-humana e precisamos voltar inúmeras vezes ao pé da montanha para buscar a pedra que rolou e chegamos ao ponto de decorar parágrafos sem entender seu sentido. Seus parágrafos excessivamente longos, cheios de vai-e-vens, redundâncias e contradições parecem um labirinto onde, se perdermos o marcador de página, depois vamos gastar vários minutos para nos localizarmos novamente.
Fico sem entender como pensadores como Claude Frédéric Bastiat (1801-1850) e Ludwig Heinrich Edler von Mises (1881-1973), que eram economistas, conseguiram examinar comportamentos humanos sob o ponto de vista filosófico de forma simples e que qualquer um entende, mostrando-os com poucas palavras e de modo essencialmente prático, ou seja, de modo que possam ser aperfeiçoados buscando a evolução social e econômica das sociedades, enquanto os marxistas se ocuparam com jogos de palavras sem fim e sem sentido que só servem para criar a sensação de estarmos entrando num mundo de seres extra iluminados e por isso longe do entendimento dos mortais comuns.
Na verdade eu mesmo respondo a minha dúvida. Os economistas que citei são exemplos de pessoas que tiveram a disposição de ajudar a construir um mundo melhor e os marxistas se dispõem a destruí-lo.