Sobre estética
Uma música com apenas poucos compassos simples induzem ciclicidade. Andamentos rápidos induzem agitação. Padrões melódicos repetitivos (frases musicais) em não contraponto nos conduzem ao ouvir passivo. A periodicidade causada por uma melodia e harmonia simples nos deixa apáticos após um longo tempo de exposição. Músicas em tonalidades menores e em andamento lento ou moderado nos induz a tristeza. A música é a expressão da alma. Ela expressa a substância do sentir. Nos induz como um ímã. De dentro para fora e de dentro (ao produzir) para fora, em outros termos, nos leva a experiência de reciprocidade (o impacto estético). A arte é do homem para o homem. A experiência de reciprocidade é aquilo que nos toca sem palavras. A arte expressa a essência que o vocábulo indica através de seu significado, como a coisa em si. Como o autor da arte é o ser humano, ele produz algo (elemento) que pertence ao ser humano (conjunto), ou seja, o que nos define como humano. A tal experiência de reciprocidade provém da dupla condicionalidade, isto é, ao produzir algo (objeto) que assume uma identidade conosco, esse algo (objeto) assume uma identidade com o que a produziu (sujeito). O objeto obedecendo aos critérios de produção artística jaz sujeito em sua significação, isto é, em termos lógicos o objeto já não é vazio, e sim constituído o é de características humanas (objeto humanizado). O objeto humanizado (a obra) não é constituído de todos os elementos que nos define como humano, portanto, é um "sujeito em minoridade", haja vista, que a sua força é real (a arte tem força). No momento que a arte nos rebaixa ela nos retira da nossa essência, nos retirando da nossa essência, que é aquilo que nos define, não obedece a experiência de reciprocidade, não obedecendo ao critério de reciprocidade, também, não obedece ao critério basilar da arte, que é uma produção humana para o ser humano. A arte destituída de significação a priori é absurda em sua existência, por essa razão, tal exercício artístico é meramente teórico/abstrato, e não tem, para além de com si mesmo, uma implicação no real. A experiência de reciprocidade é sublime, idealista e realista, tendo em conta, que a estruturação geométrica vital do ente é de suma importância e se dar a partir da intenção do suprassumo pensante, pois a sua força explosiva reside na intensidade (potência) e a obra expressa (retrata) a coisa destituída de todos os elementos que não a define. Quando a arte obedece a experiência de reciprocidade ela não é limitada pela linguagem em intervalos fechados, dado a nossa razão não estreme. Podemos, analogamente, retratar a arte genuína como a interseção dos conjuntos (artes) com o conjunto humano, que está no centro. A arte deve ter espírito (forma × matéria), pois provém do ser humano. A experiência de reciprocidade é permanente pela relação de identidade com a coisa produzida, replicável por causa da téchnē e uma constante, dado a predisposição de espírito na garantia de que se está fazendo um bom ofício. A apreensão da arte pode acontecer através da sensação ou da percepção, em ambos os casos a substância pensante é significante.