O paradoxo do desejo.

irrefutavelmente, adoramos mais o desejo de desejar o objeto do desejo que, propriamente tê-lo.

Queremos e desejamos o objeto de nosso desejo bem mais que propriamente o ter. A essência da natureza humana deseja, contudo esse desejo uma vez realizado transforma-se no tédio de possuir aquilo que outrora havíamos com tanta força desejado.

O ciclo de desejar não pode ser saciado, pois rompe com os laços naturais da espécie humana. Somos seres para o desejo, portanto, somos seres desejosos. A não realização plena do desejo serve de força inovadora, criadora. Ela é aquilo que nos faz movermos em busca de nossos objetivos, mas o que fazer quando finalmente temos em mãos aquilo que foi desejado. Inevitavelmente caímos nas grades do tédio e já não desejamos mais aquilo que agora temos.

Buscamos durante toda a vida realizar aquilo que nossos instintos mais primitivos nos aponta, mas essa satisfação é a causa da insatisfação de ter.

Grosso modo, o desejo e movido por sempre nos fazer desejar, e não pela satisfação da posse. Desejamos loucamente uma mulher, um homem, um bem e quando finalmente o temos nos perguntamos: o que fazer agora com aquilo que não desejo mais? Não buscamos em ultima analise realizar a conquista do objeto desejado, seja ele de que ordem for, mas sim, amamos o desejo de desejar. Desejo o desejo, mas a posse daquilo que desejo me limita, obstrui o ciclo natural e continuo de nossa natureza desejante. Diante disto, temos duas opções, ou reinventamos o desejar daquilo que possuímos ou assumimos a complexidade de continuar a desejar Constanta temente. A satisfação é o antônimo do ato de desejar, por isso é que o homem continua a desejar sempre, seja por uma vontade de substituir aquilo que temos, ou por realizar os nossos instintos e essa natureza que está para o desejo, assim como o vicio está para o dependente. não buscamos a satisfação, buscamos desejar, e de constantemente desejar o desejo que o objeto do desejo nos proporciona.