Crítica a filosofia de Schelling
Como é possível a partir do infinito surgir o finito? Ou o finito é uma miragem, ou na verdade ele é infinito sobre um outro ângulo, a julgar por, a lei de Lavoisier. No finito o infinito é necessário. O finito tem ânsia do infinito. O finito tem vocação para o infinito. A natureza não é um todo, não só porque não é totalmente harmoniosa, haja vista, conhecermos apenas três por cento do universo (isto é toda a física que conhecemos _ tal afirmação também é dita por Mario Novello, por exemplo), mas também porque produzimos algo para além dela, onde seríamos, em tese, como ela ou ela mesma. A liberdade da natureza não é absoluta, e sim a nossa. Do inorgânico surge o orgânico, mas em primazia não está nem um deles. A unidade entre forma e conteúdo, que são instâncias em dialética, se dar a partir do todo. O todo não é produto da dialética do existente, do Eu e Não-Eu, por exemplo, assim como não é suficiente a junção do dogmatismo e criticismo sobre a ótica de um princípio absoluto, isto é, o Eu não pode estar além da res cogitans, pois a res cogitans já pressupõe uma consciência do existir, daí o ''Eu sou'' (ego sum), que só pode ser produto de um eu em autoconsciência, por outra forma, o Eu seria o Absoluto. Como o Absoluto é "ato puro do conhecimento eterno que é, em si mesmo, matéria e forma" e como o real e o ideal possuem em si mesmo uma absolutidade, é nítido que esta relação não é, em si, o todo da natureza, e sim que o todo é produzido mediante interpretação da física especulativa sobre a passagem entre real e ideal (o infinito), que trará a tona a natureza universal, mediação esta empreendida pelo conceito de incondicionado (onde a principal característica é "pôr-se a si mesmo, ou seja, o seu objeto evidencia-se por si mesmo"). O incondicionado é agora transferido para a natureza e o finito jaz infinito por meio da infinidade empírica. Schelling ao confirmar a proposição de uma natureza absolutamente ativa, cuja atividade é infinita e a de uma natureza que está incessantemente em devir, ele compreende, dentre tantas, que a produtividade é superior ao produto, porém, ao procurar como se dar esse processo produtivo da natureza ele o faz por meio do conflito originário (finito e infinito), que a priori é entendida como de natureza infinita, eis a falácia, pois o fato de ser de "natureza infinita" não implica que seja infinita, por conseguinte, o infinito em si, e se adotas tal concepção, não deves assumir o tal conflito. O finito pede o infinito por não o ser, isto é, o finito é a imagem provinda da estruturação geométrica vital do ente. Portanto e, em última instância, tudo jaz ser, a diferença subjaz no não-idêntico, daí o meu contempto sobre afirmação de Schelling de toda a natureza ser identidade. Outrossim, o não-idêntico é o inorgânico e o orgânico. A diferença que nos define (hominen rationale) se dar a partir de uma estruturação específica, que é produto de uma intenção, dado isso, temos a importância do corpo no tomismo.