I-XXXII Jaezes de vida e morte
Ouvi sobre quem vive nesta ideia como quem vive no rancor.
Estive pressentindo o sentido do fim, e a isto corro como se corresse a mim.
Lembro-me de Árion cada vez que me sinto lento,
pois não sou Jó, nem ao Hades me arrependo.
Lembro-me das coisas vãs e das coisas más,
e disso nada serve-me de martírio ou pesar.
Aponto para os melhores, omito os piores,
faço que julguem quem tudo pode.
Assim sinto me vazio dos pés à cabeça,
oro apenas para sentir-me como Santa Catarina ou Teresa,
acreditando no que há de ruim com clareza.
E aos homens que ostentam gostos amargos,
às mulheres que casam de mau grado,
mostro-me como um refúgio do pecado.
Concebo em mentes cheias de mim,
o único lugar para um bom fim.