Reflexões Sobre o Conto " A Terceira Margem do Rio", de Guimarães Rosa
Reflexões após a leitura de "A Terceira Margem do Rio", de Guimarães Rosa
Lembro-me da serenidade e paz que os professores Juscelino Pernambuco (in memoriam) e Valter Frias Mariano , discorriam a respeito de alguns trechos das obras de Guimarães Rosa.
Separei, dia desses, um tempinho para ler "A Terceira Margem do Rio" e pude observar sentimentos tão atuais na nossa realidade.
O que levaria um homem a abandonar a família, a si mesmo, e passar a viver anos e anos dentro de um barco?
Sol, chuva. Sim, muita chuva. Mas cá, do lado de dentro, capaz que o coração dele gotejava, há tempos.
Quem já superou uma depressão ou sentiu o cheiro dela, compreendeu o aspecto fantasmagórico da coisa: o sono é o maior alívio: a cereja do bolo da inexistência.
Devemos observar os nossos, aqueles ao nosso lado. O Venturini dizia, na canção entitutulada "Clube da Esquina II", que sonhos não envelhecem: mas por vários motivos, muitas vezes, desistimos deles.
A pior dor é a consciência dos anos passados; é quando finalmente nos damos conta que muitas coisas não puderam ser feitas ou vividas, pois os sonhos não envelheceram, mas os ossos e as juntas sim.
Quando sonhamos eram 20 e poucos anos e aconteceram muitas coisas; somos agora, quase quarentanos ou cinquentanos: um rasgo do que não foi, talvez uma ilusão não vivida.
Muitos sonhos não combinariam com o que somos agora, isso denota uma cura: parte da alma refrigerada.
Ressignificar.
Eis a palavra. Identifique tristezas, dialogue. ..para que ninguém vá para a terceira margem do rio...muitos sorriem entre nós, mas abandonaram a si mesmos há tempos.
Ajude-os a Ressignificar, a criar novos sonhos possíveis, cabíveis...para que tenham uma vida, e uma vida com abundância, aquela vida que Jesus disse que teríamos confiando Nele.