O belo não é a aparência
Comumente relacionamos o belo à aparência, seja de uma pessoa, objeto, paisagem ou outra coisa qualquer. Ligamos o belo ao que nos agrada visualmente, que nos atrai por uma certa beleza estética e essa estética é somente aparente, sem profundidade, é o que nossos olhos veem e nos agrada.
Mas o belo relacionado à aparência pode ser fabricado, ou seja, o que nos parece “feio” aos olhos, pode ser tornado bonito por diversos meios.
Podemos mudar a aparência de uma pessoa de diversas maneiras, maquiagem, cirurgias variadas, vestuário ou todas juntas e a pessoa que era dita “feia” torna-se praticamente outra pessoa, com uma nova aparência, irreconhecível se comparada ao que era antes.
Uma paisagem pode ser modificada, o objeto também, tudo, praticamente tudo, pode ser transformado e ter sua aparência modificada e embelezada.
Porém, o belo está além da aparência, o belo está ligado ao conjunto daquilo que está sendo analisado, está ligado à finalidade da coisa, do objeto, da paisagem e da pessoa, ou ação da pessoa.
Como para Platão, o belo está ligado à sabedoria, poderíamos dizer que o belo é a busca pela verdade, as virtudes, o bem comum, o que é bom e isso não está ligado à beleza da aparência, ela viria das atitudes, das ideias, do se faz, mais do que ser bonito é ser ético com suas ações.
Enfim, vejo o belo como aquilo que se pratica, a prática das virtudes, da sabedoria, o conjunto das ações de uma pessoa, da utilidade das coisas. Nada que se relacione com a aparência, tanto das pessoas. como das coisas.