Fanatismo

Tanto o religioso quanto o ateu podem fazer uso da razão, como pode o fanatismo cego fazer uso tanto de um quanto do outro. A razão não é um objeto manipulável, e menos ainda, corruptível; portanto, o fanatismo não é a corrupção da razão, mas a ausência da mesma.

A razão não desce de onde se encontra para ser alcançada por alguém, da mesma forma que o azeite da superfície não descerá até o fundo do pote cheio d'água para tocar qualquer coisa que alí haja submersa. Quem a deseja, que a busque! Porém, ela se encontra ao alcance de todos que realmente a querem.

O fanatismo nasce da negligência à razão. Quando passamos a apreciar mais uma crença cega, por esta nos agradar, do que a verdade, que em si, é indiferente ao que desejamos, esvai-se a razão, como esvai-se o oxigênio, em um pequeno cubículo repleto da fumaça de cigarros.