REFLEXÃO DE UM MENDIGO
Eu, um mendigo "qualquer",
sentado ao chão
mesmo sem pão
alimento meu cão
com compaixão,
recebo julgamento
social à condenação,
amargo o frio
da solidão
com brio,
talvez apenas a mim
faça mal e não
a outro cidadão.
Faço agora uma comparação,
sou taxado
de mendigo,
excluído
pelo poder da aparência,
sem condição
e solitário
tenho mais benevolência,
qual humano,
maior riqueza
e nobreza
que um maior representante
soviético,
totalmente
antiético,
milionário,
poderoso,
asqueroso,
apresentável,
"sociável",
porém sem coração,
nocivo à razão,
matando inocentes.
A esse prepotente
sim deveria haver uma execração,
pois esse sim é ser desprezível,
não eu, um medigo "invisível",
mereço mais atenção
da sociedade
e consideração,
mais que um suposto ser influente,
demente
e presidente dessa nação,
desumano e
sem noção.
Infelizmente
tem gente
que nem sente
a necessidade de reflexão
do que é viver do aparente,
mesmo diante dessa situação.
Mais uma inversão.
Qual o melhor representa o
mal social,
qual o mais deprimente
a se ter em conta numa relação?
Qual mata tanta gente com sua decisão?
Sendo coerente,
eu, esse mendigo,
sou muito mais decente
que esse presidente.